Proletrando em Taguatinga: Memórias 7 - 02/06/2011 e 07/06/2011 (QUINTA FEIRA e TERÇA-FEIRA)

Iniciamos o encontro com a dinâmica: “Poção mágica”, que tem por objetivo refletir acerca da função social da escola, do papel do professor, da acolhida, da sensibilidade, do encantamento dentro da proposta de “Uma Pedagogia Culturalmente Sensível” (Erickson). Em seguida passamos a leitura do Diário de Bordo. Assistimos ao vídeo: “Alfabetizar em contextos letrados”, com Telma Weiss. Retomamos os conceitos de Alfabetização e Letramento e Alfabetizar-Letrando. Trabalhamos, ainda, com o som das vogais dentro do nome. Fizemos um código e apresentamos nossos nomes com gestos de acordo com o som das vogais dentro de cada nome. Fizemos também o coral das vogais. Refletimos sobre a importância da sonoridade das palavras e o desenvolvimento da consciência fonológica:

A consciência fonológica (...) não é uma capacidade plenamente desenvolvida em todas as crianças. Sejam elas da pré-escola, ou mais velhas: em geral, encaram as palavras como unidades e precisam de significado, orientadas, ao longo do processo de alfabetização, para perceber que as palavras têm uma dimensão sonora, isto é, são formadas por sílabas e fonemas. (CARVALHO, 2005, p. 28).

Ø Consciência fonológica significa: “a capacidade de distinguir e manipular os sons constitutivos da língua”. Rivière (apud CARVALHO, 2005, p. 28).

Dados originais da dissertação de mestrado de Márcia Regina Alves Gondim (nota de observação, n° 15, 09/03/2006)

O trabalho com vogais precisa ser desenvolvido de forma lúdica para que as crianças possam perceber a sonoridade das letras dentro das palavras na formação das sílabas.

A professora e as crianças criaram um código[S1] [S1].

Para cada vogal usaria um movimento com o corpo.

“A” - Braços abertos

E - Braços cruzados

I - Um braço pra cima e outro pra baixo

O - Braços formando uma bola pra frente

U - Braços abertos pra cima.

[S1]Ao associar a forma da letra dos movimentos corporais que reproduzem essa forma, a P. facilita a associação entre o fonema e a sua representação gráfica.

Sistmatizando Fascículo 1 - Unidade 2
Trabalhamos ainda com a sistematização da Unidade 2, abordando “Os eixos necessários à aquisição da língua escrita”:

(1) Compreensão e valorização da cultura escrita;

(2) Apropriação do sistema de escrita;

(3) Leitura;

(4) Produção de textos escritos;

(5) Desenvolvimento da oralidade;

SISTEMATIZANDO

“... os três anos iniciais da Educação Fundamental não esgotam as capacidades lingüísticas e comunicativas, que se desenvolvem ao longo de todo o processo de escolarização e das necessidades da vida social.”

“O trabalho a ser feito nos anos iniciais não se esgota na alfabetização ou no desenvolvimento das capacidades lingüísticas. Mas elas são importantes porque é na alfabetização e no aprendizado da língua escrita que vêm se concentrando os problemas localizados não apenas na escolarização inicial, como também em fracassos no percurso do aluno durante sua escolarização.”

OS TERMOS ENFATIZADOS (no fascículo):

ü I – Introduzir

ü R – Retomar

ü T – Trabalhar sistematicamente

C – Consolidar

Ø Tom mais claro: capacidade introduzida ou retomada

Ø Tom médio: capacidade trabalhada de maneira sistemática

Ø Tom mais escuro: capacidade, tendo sido trabalhada sistematicamente, deve ser enfatizada de modo a assegurar sua consolidação.

OS EIXOS NECESSÁRIOS À AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA:

Ø Compreensão e valorização da cultura escrita;

Ø Apropriação do sistema de escrita;

Ø Leitura;

Ø Produção de textos escritos;

Ø Desenvolvimento da oralidade;

1 - COMPREENSÃO E VALORIZAÇÃO DA CULTURA ESCRITA:

Quadro 1

ØØ Cultura escrita: ações, valores, procedimentos e instrumentos que constituem o mundo letrado.

Ø Alunos: Compreender os usos sociais da escrita: práticas e necessidades de leitura e escrita: significado às aprendizagens escolares.

Ø Possibilidades de integração e participação ativa na cultura escrita: ampliação da convivência e do conhecimento da língua escrita.

Ø Estar inserido na cultura escrita: Comportamentos letrados: Promover simultaneamente alfabetização e letramento.

Ø Contato com diferentes gêneros e suportes de textos escritos.

Ø Gêneros de textos: diferentes “espécies” de textos, escritos ou falados, que circulam na sociedade, reconhecidos com facilidade pelas pessoas (bilhete, romance, poema, sermão, conversa ao telefone, contrato de aluguel, notícia de jornal, piada, reportagem, letra de música, regulamento, receitas, etc.)

Ø Suportes: referem-se à base material que permite a circulação desses gêneros, com características diferenciadas: (jornal, livro, cartazes, outdoors, revistas, dicionário, placa, catálogo, agendas, etc.)

TIPOS TEXTUAIS

Ø Narração: seqüência das ações cronologicamente estruturadas. Verbos no passado e advérbios temporais : (EX: “Era uma vez...” “Tardiamente...”)

Ø Argumentação: recorre às relações lógicas, como as de causa e seqüência, para provar e convencer o leitor de um ponto de vista. Expressão de opinião. (Ex: “Sou a favor da eutanásia.” )

Ø Exposição: Exposição de idéias e fenômenos. Caracteriza-se por enunciados de identificação e ligação. Explicar relações entre processos e acontecimentos. (“A água ferve a cem graus”)

Ø Descrição: Construção de seqüência de qualidades ou propriedades de alguém, de lugar , de objeto, etc. , a partir de um ponto de vista. Utiliza-se verbos de estado. (Ex: “A floresta era densa, escura e misteriosa”)

Ø Instrucional ou injuntivo é utilizado para dar instruções , ordem ou expressar desejos. A predominância do modo imperativo ou do uso dos verbos modais. E usado em manuais de instruções, bulas de remédios, avisos e propagandas (Ex: “Não ligue o aparelho direto na tomada, sem o uso do Conversor”. “Beba coca –cola”)

Ø Preditivo: caracteriza-se por predizer alguma coisa, ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa, que ainda está por ocorrer. – funciona, muitas vezes, como uma espécie de descrição de situações futuras. Por isso, excetuando-se o forte emprego de tempos verbais de futuro, do ponto de vista gramatical, as ocorrências mais freqüentes são de frases nominais.

CONHECER OS USOS E FUNÇÕES SOCIAIS DA ESCRITA

Ø Vida social: se organiza em torno da escrita.(Escrita presente no dia-a-dia)

Ø Importância de levar para a sala de aula variados textos em diferentes suportes (orientar a exploração desse materiais , valorizar conhecimentos prévios , possibilitar deduções e descobertas, explicitando informações desconhecidas).

DESENVOLVER ATIVIDADES QUE POSSIBILITEM AOS ALUNOS:

ü Ler livros, jornais, revistas e conversar sobre a leitura;

ü Reconhecer e classificar, pelo formato, diversos suportes da escrita, tais como livros, revistas, jornais, folhetos;

ü Identificar as finalidades e funções da leitura a partir do exame de seus suportes;

ü Relacionar o suporte às possibilidades de significação do texto.

CONHECER OS USOS DA ESCRITA NA CULTURA ESCOLAR

Ø Suportes e instrumentos de escrita do cotidiano escolar: livro didático, livros de história, caderno, bloco de escrever, papel ofício, cartaz, borracha, computador (saber para que serve, como são usados e particularidades físicas – tamanho, formato, disposição e organização do texto escrito, tipo usual de letra, recursos de formatação do texto, interação entre linguagem verbal e visual).

Ø Uso dos diversos suportes de escrita: crianças aprendem a finalidade dos objetos presentes em diferentes contextos sociais e a maneira adequada de lidar com eles.

Ø Propiciar aos alunos o desenvolvimento de capacidades cognitivas e procedimentais necessárias ao uso adequado desses objetos.

DESENVOLVER AS CAPACIDADES NECESSÁRIAS PARA O USO DA ESCRITA NO CONTEXTO ESCOLAR

Ø (i) Saber usar os objetos de escrita presentes na cultura escolar: (livros didáticos e literários,, cadernos, lápis, lápis de colorir, borracha, régua, apontador, caneta, sentar corretamente na carteira para ler e escrever, cuidar dos materiais escolares, lidar com a tela, o mouse e o teclado do computador.

Ø (ii) Desenvolver capacidades específicas para escrever:

ü Escrever trabalho cognitivo e mental, raciocínio e planejamento – atividade motora

ü Funções da escrita: possibilitar a comunicação entre as pessoas (caligrafia legível, apresentação estética e organização adequada)

     Fizemos uma leitura compartilhada do livro: “Felpo Filva”, em que foi possível identificar os mais variados gêneros textuais, tipos e suportes. Na turma da manhã tivemos a oportunidade de ver a socialização de experiências da tutora Técia, da EC 03 da DRE de Brazlândia, com seu projeto “Minha Bandinha”.
     Analisamos a prática de sala de aula refletindo sobre alfabetização, letramento, alfabetizar-letrando e as capacidades referentes ao eixo: Compreensão e valorização da cultura escrita.

   A professora cursista Maria Salete da Silva apresentou um belo projeto de leitura, socializou experiências e a turma deu sugestões de atividades pedagógicas que possam fazer interferências no processo de aprendizagem das crianças.

PROJETO MINHA BANDINHA

O projeto foi inicializado em agosto de 2009, visando melhorar a concentração e percepção dos alunos do 2º período de nossa Instituição de Ensino. As atividades são realizadas três dias da semana com a professora regente e com o auxílio da coordenação. Este projeto começou com a produção dos instrumentos junto com as crianças; posteriormente foram orientados por meio de uma sequência de imagens como seria o ritmo, bem como o som que cada instrumento produz diferenciando-os para depois produzirem um som juntos.

Trabalhamos a tonicidade (alto, forte, fraco, baixo...) e com cantigas de roda usamos os instrumentos para acompanhar os ritmos do mesmo. Temos utilizado como meio de acalmar, melhorar o relacionamento e a participação nas atividades diversas.

O êxito alcançado neste projeto proporcionou à turma grandes avanços de aprendizagem, e no próximo ano terá continuidade como parte do Projeto Político Pedagógico da Escola.

REFERÊNCIAS

Pró-Letramento: Programa de Formação continuada de professores os Anos/Séries Inicias do Ensino Fundamental: Alfabetização e Linguagem. Ed. Ver. E ampl. Incluindo SAEB/Prova Brasil matriz de referência/Secretaria de educação Básica – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica.2007.

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