sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Memórias 22 - O olhar da tutora

Iniciamos o encontro  com a dinâmica : “No reino das cores”, em que foi possível refletir sobre o respeito as diferenças,  o trabalho de grupo, a parceria refletindo  sobre  diversidade.










Em seguida passamos a leitura do Diário de Bordo. 





 

Fizemos uma socialização de experiências com o projeto “O papel  roxo da maçã” e com a “Sacolinha de leitura”.









Assistimos ao vídeo “Menino Urubu” ressaltando alguns pontos para reflexão:

   

·         Por que só os humanos jogam no lixo?
·         Qual a representação social do olhar da  professora  sobre Carniça?
·         Por que Carniça parou de voar depois que foi para a escola?
·         O que aconteceria se Carniça não tivesse tirado as melhores notas?
Assim, retomamos a reflexão sobre avaliação a partir dos Fascículo 2
Sistematizando:
Alfabetização e Letramento:
Questões sobre Avaliação
fascículo 2
Organização: Márcia Gondim
mragondim@gmail.com
Objetivos:
          Analisar os significados dos processos de avaliação, de diagnóstico e de acompanhamento do processo de alfabetização;
          Apresentar instrumentos e procedimentos pertinentes à avaliação da aprendizagem nos três primeiros anos do Ensino Fundamental, com ênfase no processo de alfabetização;
          Apresentar possibilidades de intervenção em situações de dificuldades ou descompasso com as metas esperadas, para assegurar avanços no processo;
          Discutir a importância da avaliação do ensino e do trabalho da escola, simultaneamente à avaliação da aprendizagem.
Concepções atuais em relação à avaliação

          Na última década, a avaliação educacional passou a ocupar lugar central nas políticas públicas de educação no Brasil, em documentos oficiais sobre parâmetros e diretrizes para a educação básica.
          Do ponto de vista teórico, ampliou-se bastante o conjunto de referências sobre ações e estratégias de avaliação, em todas as formas de organização escolar do processo de ensino aprendizagem.
          Diferentes redes adotam distintos sistemas de organização (ciclos ou seriação).
          Referência aos três primeiros anos do Ensino Fundamental  -  turmas de seis, sete e oito anos: Avaliação: assume uma dimensão formadora fundamental.
          Importante fonte de informação para formulação de práticas pedagógicas: registros feitos ao longo do processo ajudam a compreender e descrever os desempenhos e as aprendizagens dos alunos: com ênfase em progressões e nas demandas de intervenção.
Dimensões associadas às ações avaliativas:
          A dimensão técnica ou burocrática da avaliação tem como função a regulação dos recortes dos tempos escolares (seja um ciclo ou uma série), apresentando um caráter classificatório, somativo, controlador, com objetivo de certificação ou de atendimento ao registro formal exigido pela instituição e pelo sistema (sistemas fechados, dominantes em nossa tradição pedagógica, traduzidos em resultados quantitativos que determinam a promoção ou a reprovação dos alunos).
           A dimensão formativa ou continuada da avaliação tem uma função diagnóstica, processual, descritiva e qualitativa, capaz de indicar os níveis já consolidados pelo aluno, suas dificuldades ao longo do processo e a estratégias de intervenção necessárias a seus avanços. Envolve, portanto, sistemas mais abertos de avaliação, a serviço das orientações das aprendizagens dos alunos e não apenas do registro burocrático de seus resultados.
          Reflexão em torno da progressão continuada se configurou no capítulo da Educação Básica da atual Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996)
          Estabelece alguns critérios para a avaliação, em seu artigo 24:
Critérios para a  verificação do rendimento escolar (LDB)

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar (...)
“Apesar do considerável volume de propostas inovadoras nesse campo, a avaliação das aprendizagens dos alunos continua representando fonte de muitas dúvidas, conflitos e contradições – em relação aos projetos e expectativas do sistema, da escola, dos educadores e da própria comunidade escolar.”

          Avaliação: dificuldades crescentes: descréditos quanto às ações avaliativas
          Questionamento: o que a criança aprendeu? Como saber se de fato ela está se desenvolvendo na escola?
          Organização escolar por séries – reprovação: forma perversa-  fracasso em uma das áreas: generalizado em todas as áreas:criança repete o fracasso: abandono ou exclusão.
          Organização escolar por ciclos: equívoco: progressão continuada= progressão automática.
          Mascara índices de fracasso do sistema educacional: professor papel burocrático: nova forma de exclusão dos alunos ao permitir seu avanço sem assegurar aprendizagem
Avaliação, diagnóstico e monitoramento
          Avaliar: valorizar, estimar o valor ou merecimento (forma dicionarizada).
          Concepções que marcam o processo de ensino aprendizagem: Valores mudam de acordo com concepções .
          Ação avaliativa: conjunto de iniciativas e procedimentos que utilizamos para avaliar.
          Concepções de avaliação: reguladora e orientadora do processo de ensino-aprendizagem:
          Funções avaliativas inseparáveis: diagnóstico e o monitoramento
Função diagnóstica
          Com quais capacidades (ou conhecimentos e atitudes) o aluno inicia determinado processo de aprendizagem, em ciclo ou em séries?
          Até que ponto o aluno aprendeu ou cumpriu metas estabelecidas, e termos de capacidades esperadas, em determinado nível de escolaridade?
          Avaliação diagnóstica: início do ano letivo, série ou ciclo.
          Conhecimento de cada criança e do perfil de toda turma (ao longo da aprendizagem e à identificação de sue progressos, dificuldades, descompassos em relação às metas esperadas).
          Monitorar o processo de alfabetização significa acompanhar e intervir na aprendizagem, para reorientar o ensino e resgatar o sucesso dos alunos.
          Acompanhamento: possibilidades de acompanhar avanços e rupturas.
          Monitoramento: função preventiva – ação docente se oriente por um prognostico positivo.
Instrumentos de registro do processo de alfabetização
          Até que ponto as experiências extra-escolares dos alunos em relação à escrita têm sido consideradas?
          Até que ponto os alunos desenvolveram ou consolidaram determinadas capacidades em um certo nível ou etapa da série  ou ciclo?
          Até que ponto os progressos valorizados nas ações avaliativas estão sendo confrontados com outras produções dos alunos em momentos anteriores de seu processo de aprendizagem?
          Até que ponto os instrumentos ou procedimentos de avaliação selecionados e utilizados permitem captar, com indicadores descritivos os progressos realizados pelos alunos em relação a essas capacidades?
Instrumentos: avaliação formativa e continuada
          Observação e registro: Conhecimentos prévios dos alunos em relação ao sistema de escrita até avaliações das capacidades desenvolvidas na trajetória.
          Provas operatórias: operações mentais: representações, conceitos, conhecimentos, capacidades ou estratégias de pensamentos em geral (objetivos mais abertos, interação direta com os alunos).
          Contexto da alfabetização: Reflexões.
          O que se pode ler e o que não se pode ler?
          O que elas acham que está escrito?
          As razoes do agrupamento feito por elas (ou seja, por que agruparam daquela forma)
          Avaliações psicogenéticas: Realismo nominal.
          Auto-avaliação tomada de consciência pelo alunos de suas capacidades e dificuldades (verificar práticas vivenciadas)- respostas orais, debates, elaboração de desenhos, textos individuais ou coletivos, análise comparativas de atividades desenvolvidas.
          Portfolio: organização e arquivos de registros das aprendizagens dos alunos, selecionadas por eles próprios com intenção de fornecer uma síntese de seu percurso ou trajetória de aprendizagem (devem constar a auto-avaliação e avaliação do professor).
Utilização de critérios observáveis nas propostas de avaliação
          Flexibilidade e perspicácia de análise.
          Erros dos alunos: elementos observáveis (uso de legendas).
Práticas pedagógicas – PCN
Avaliação: dimensões ou eixos dos conhecimentos
          Conceituais: capacidades para operar com símbolos, imagens, idéias ou representações, em função das áreas do conhecimento contempladas na proposta curricular.
          Procedimentais: desempenhos que indicam um nível de “saber fazer” , ou seja, a apropriação de instrumentos ou equipamentos relacionados à aquisição da escrita e da leitura.
          Atitudinais: Comportamentos que expressam apreciação e incorporação de valores, normas, hábitos ou atitudes relacionados à organização do trabalho escolar e à socialização, expressa nas interações com professores, com pares e com grupos em geral
          Alfabetização e letramento: objeto de reflexão e, especialmente como meta de ações e intervenções pedagógicas
          Amplitude da avaliação formativa: escolarização inicial, abrangendo todas as áreas do conhecimento
          Zona de Desenvolvimento proximal: Vygotsky (1896-1934)
Estratégias de intervenção na aprendizagem dos alunos
          Tempo de aprendizagem.
          Tempo traduzido de forma observável em capacidades consolidadas ao final do processo.
          Com base na avaliação diagnóstica: Reagrupamentos dos alunos e atendimentos específicos.
Estratégias de avaliação do trabalho realizado

          Avaliação da aprendizagem e das práticas de ensino.
          Trabalho coletivo: ações conjuntas.
          Planejamento.
          Avaliação do projeto da escola e das metas estabelecidas.
Assim, terminamos o encontro com a certeza de muitas reflexões e aprendizagens.

Um comentário:

  1. Olá, minha Flor!
    Claro que pode ser assim. Se pensarmos no respeito às Variáveis do Português Brasileiro e no eixo da oralidade podemos pensar no respeito às diferenças, na monitoração, na adequação e na Ratificação da fala. Mas se pensarmos no eixo Apropriação do Sistema de escrita temos que focar o olhar nas transgressões ortográficas. Precisamos pensar nas intervenções para que as crianças percebam as relações entre os Modos de Falar e os Modos de Escrever.. Estou muito orgulhosa de vc. bjs no coração

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