sexta-feira, 19 de agosto de 2011

UMA PROSA COM IRANDÉ ANTUNES - Memórias 14



No dia 02 de agosto de 2011 recebemos a escritora Irandé Antunes. Recebemos um presente. Aliás, um presentão! Irandé Antunes  é uma pessoa linda, de muita leveza, com idéias que se entrelaçam a nosso programa e muito divertida.  A forma como ela expressa suas idéias nos faze acreditar que aprender está ligado a vida.
Algumas de suas reflexões que nos fazem pensar na mobilidade de nossa língua, em sua beleza e na linguagem como forma de interação.
Sistematizando...

A exploração das regularidades textuais por uma prática individual e socialmente mais significativa (IRANDÉ Antunes, UFPE)

·         Sala de aula lugar de uma conversa temática
·         Compreensão da concepção: Representação teórica para se pensar em mudança
·         Não existe prática sem teoria
·         Tudo o que fazemos na sala de aula tem a ver com a concepção que você tem
·         Concepção de Língua na escola voltada para a gramática: relação com as ideias de erro e acerto
·         Exploração: tentar compreender o texto
·         Quando você entra no sentido do  texto a  terra é movediça (tem hora que é, tem hora que não é)
·        A língua é sistemática, é constituída de um repertório, de regras
·         Linguística: a respeito do texto não há regras: há certa instabilidade
·         Regularidades estabilidades (Galo da Madrugada: “ Nóis sofre, mais nóis goza” -  transgressão: visão de uma  língua que se realiza na consonância de um contexto)
·           Língua: criatividade que há nesse jogo de palavras ( EX: “Se toque , a cura do câncer pode estar em suas mãos” – Exemplo encontrado nos outdoors do Pará)
·         Língua é viva
·         Língua do dicionário, das gramáticas: as coisas estão mudando
·         Escola precisa realizar um trabalho significativo
·         A escola tem um papel social e um papel significativo
·         Escola diferente: diferente no sentido de se avaliar esse mundo que é nosso, que é obra nossa.
·         Escola precisa ter a consciência de seu papel social
·         Esforço de algumas crianças para chegar a escola (esforço pra que?)
·         Qual o significado social? Queremos uma escola que seja socialmente significativa.
·         Vivemos um momento de apelos significativos ou não
·         A favor de uma mudança na prática de ensino de línguas, sobretudo do ensino da língua materna.
·         Consciência que a gente que é preciso mudar
·         Todas as mudanças implicam:
o   Mudança de perspectiva
o   Mudança de concepção
·         Mudar concepções sobre a língua implica ter outra visão de texto, de gramática, de leitura, de escrita, de acerto, de erro, etc.
·         Implica saber descobrir como essas mudanças de perspectiva repercutem na prática de sala de aula.
·         Que concepções de língua tenho?
·         A língua é uma atividade;
·         Uma ação
·         Uma ação, uma forma de agir, uma forma de fazer alguma coisa
·         Há sempre um fazer ligado a linguagem.
·         Falar é praticar algum tipo de ação.
·         Falar é agir
·         Há sempre uma ação praticada no ato de falar.
·         Existem muitas atividades no dia-a-dia que praticamos através da linguagem.
·         Na sala de aula: “Drumonnd: “ A língua da escola não parece aquela língua que é falada na escola, não parece fazer parte da vida”.
·         Língua só se realiza como prática social.
·         A língua é uma prática social e está inserida nessa prática.
·         Durante muito tempo a gente atribuiu à  gramática um poder que ela não tem.
·         A língua acontece na escola, não só na sala de aula de português.
·         A língua perpassa toda a nossa vida. E todo nosso trabalho de apreensão do conhecimento
·         A língua tem uma História que se confunde com a própria História do povo
·         Por que a gente fala Português? Porque foram os portugueses que descobriram o Brasil e a língua portuguesa foi imposta por decreto
·         O que aconteceu depois que os portugueses vieram para cá?
·         O que distingue o Brasil é o pluriliguísmo
·         É impossível pensar o Brasil com uma  unidade linguística
·         Ideal de uniformização linguistica foi ideal por muito tempo
·         Mitos: língua melhor, pior, mais bonita, mais feia
·         Idéias que  entraram de maneira tal que é preciso muito trabalho.
·         Temos dificuldades de aceitar certas diversidades
·         Diversidade lingüística é pensada como Castigo: mas é uma riqueza
·         Língua é interativa
·         Fala só tem sentido se você está falando e o outro está acompanhando
·         Fala: é uma atividade interacional, interativa, dialógica, responsiva
·         A linguagem é responsiva: ninguém diz nada por acaso
·         A língua tem uma inexorável funcionalidade: implica em “ter o que dizer” , em função de um objetivo qualquer
·         A escola apaga essas  idéias e trabalha com coisas abstratas
·         Muita gente pensa que escrever é só uma questão de gramática
·         Estudar nomenclatura e classificação não capacita ninguém pra escrever
·         A gramática  é necessária mais é insuficiente
·         A gente não consegue perceber que é preciso ampliar o léxico (vocabulário)
·         É preciso conhecer mais palavras e saber usá-las
·         A língua é a marca de nossa identidade pessoal e de nossas identidades a culturais
·         A língua do Brasil tem que ser coisa nossa: Português Brasileiro
·         A língua nos dá possibilidade de dizer,  de revelar , de partilhar de pertencer
·         A língua é necessariamente textual e discursiva
·         É   preciso tornar a aula mais legitima e produtiva
·         Fixação na frase depõe contra nossas bases teóricas
·         1950: Final da década: começaram a aparecer ideias de texto estudo do texto: a língua precisa ser estudada na sua natureza
·         A língua nos permite entrar no fluxo  ininterruptos  do discurso humano
·         A linguagem nos permite intertextualidade
·         A língua é uma entidade complexa, ao mesmo tempo assistemática e imprevisível, fixa e mutável
·         O mal é que  a gente quer que as regras gramaticais de 1960 continuam valendo até hoje
·         Regras gramaticais que foram consideradas exemplares no século passado podem não ser
·         A língua não acaba
·         A gente se habitua a ver o que é diferente como erro
·         Ninguém vai querer que a língua pare no tempo
·         A propósito de uma experiência:
·         Vovó vai a vila.
·         A pipa é do papai.
·         O pião é do Dudu
·         Lili caiu
·         Ninguém fala desse jeito
·         Se admitimos que a língua PE atividade interacional, funcional, histórica, política, interdiscursiva, situada no tempo cultural e no espaço de uma realidade cultural, o que pode acontecer em relação ao ensino?
·         Oportunidade de dispertar as pessoas: de fazê-las acreditar que o mundo pode ser melhorado por eles.
O dia foi encerrado com uma sessão de autógafos intitulado: "Café com letras". Mais um dia de  aprendizagem para todos nós acerca de  lingua e suas concepções

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