sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Diário de Bordo: O olhar da tutora- Fascículo 4


Iniciamos o encontro com a dinâmica das “Pérolas são feridas curadas”

 
“Uma ostra que não foi ferida não produz pérolas”…
Pérolas são produtos da dor;
resultados da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra,
como um parasita ou um grão de areia.
Na parte interna da concha é encontrada uma substância lustrosa chamada NÁCAR.
Quando um grão de areia a penetra,
as células do NÁCAR começam a trabalhar
e cobrem o grão de areia com camadas e mais camadas,
para proteger o corpo indefeso da ostra.
Como resultado, uma linda pérola vai se formando.
Uma ostra que não foi ferida,
de algum modo, não produz pérolas,
pois a pérola é uma ferida cicatrizada…
Você já se sentiu ferido pelas palavras rudes de alguém?
Já foi acusado de ter dito coisas que não disse?
Suas idéias já foram rejeitadas, ou mal interpretadas?
Você já sofreu os duros golpes do preconceito?
Já recebeu o troco da indiferença?

ENTÃO, PRODUZA UMA PÉROLA!!!

Cubra suas mágoas com várias camadas de amor

Em seguida passamos para  o “Diário de Bordo” .

Trabalhamos com a Literatura Infantil: "Deu rato na biblioteca" - Maria Célia Madureira e Raquel Gonçalves Ferreira




 Assim, passamos  a sistematização do fascículo 4:
Organização e Uso da Biblioteca Escolar e das Salas de Leitura
Fascículo 4

      Desde muito pequena, o mundo das letras me encanta. Adorava quando minha mãe atendia meu pedido: “Mãe, conta uma histolinha pa’ mim”, e lia para mim ou me embalava, antes de dormir, com suas  histórias. Eram histórias que minha imaginação acompanhava com prazer, construindo um sentimento especial de ser criança. Eram histórias que me embalavam como uma canção de ninar, semeando em meu campo conceitual o início de meu processo de letramento. Era um processo de oralidade baseado em construções que minha mãe fazia, retirado dos livros de histórias e que eram reconstruídas a partir de seu entendimento, em um processo de descobertas.
      Meus pais sempre procuravam motivos para contar histórias. Lembro-me da velha cadeira de balanço aos pés do fogão de lenha e das divertidas histórias de meu pai. Lembro-me das noites contempladas com biscoitos fritos e das muitas histórias escutadas no silêncio da noite, à luz de uma lamparina, pois naquela época ainda não tínhamos luz elétrica, e eu nem ao menos sabia o que era televisão.
Márcia Gondim




Biblioteca Escolar
Unidade I
*      Como foram suas primeiras experiências com a leitura?
*      Como formar pessoas leitoras, criativas, envolvidas, se não houver um ambiente adequadamente organizado para este fim?
Reflexões                                                                                            
*      Necessidade de pensarmos na organização e no uso da biblioteca escolar e das salas de leitura.
*      Grande parte das crianças brasileiras não tem como comprar livros, e como passa considerável tempo de sua vida na escola, esses espaços  ganham dupla importância.
*      Biblioteca : é por excelência lugar de acesso a livros, coleções, periódicos, jornais, gibis (e também lápis e papel).
*      Ocasião singular para se fazer uso das práticas de leitura e de escrita que circulam socialmente (registrar, lembrar , seduzir, orientar).
*      Acesso à cultura, aos bens simbólicos e materiais criados pelos mais distintos grupos sociais ao longo da história da humanidade.
*      Biblioteca: lugar onde pode ser lugar de respirar cultura e também produzi-la.
Paulo Freire (em palestra)
*      Importância do ato de ler e ao sentido da biblioteca escolar.
*      Biblioteca: CENTRO CULTURAL – Memória viva das comunidades deveria ficar registrada.
*      Afasta-se a idéia de biblioteca como depósito de livros.
*      Incentiva-nos a programarmos momentos coletivos de leitura (aproximação do texto e aprofundamento do texto).
Cecília Meireles
       Interesse pela infância e pela educação.
       Inaugurou a primeira biblioteca infantil na década de 30, no bairro Botafogo, Rio de Janeiro com seções de livros, enciclopédias, coleções, miniaturas, folclore infantil (tudo o que pudesse interessar ao pequenos leitores e pudessem se movimentar com liberdade e prazer).
       Criou momento programado para leitura, pesquisa e entretenimento.
*      Antigamente a biblioteca era um lugar austero: para entrar e contemplar as capas dos livros de longe: Um redoma de vidro
*      Idade Média era comum encontrar livros manuscritos, de natureza religiosa, copiados e guardados pelos monges.
*      Saber permanecia entesourado nas bibliotecas e guardados pelos monges.
*      Livro/Filme: “O Nome da Rosa”.
 Der Name der Rose (br / pt: O nome da rosa) é um filme dirigido por Jean-Jacques Annaud baseado no romance homônimo do crítico literário italiano Umberto Eco.
Nesta obra, o primeiro romance do autor, publicada na Itália em 1980, e no Brasil em 1983, Eco utilizou um roteiro policial, no estilo do inglês Arthur Conan Doyle, que prende fortemente a atenção do leitor. Sucesso em várias línguas, foi levada para as telas em 1986, atingindo um público ainda maior. A expressão "o nome da rosa" foi utilizada na Idade Média, significando o infinito poder das palavras. A rosa subsiste por seu nome, apenas; mesmo que não esteja presente e nem sequer exista. A "rosa de então", centro real deste romance, é a biblioteca de um antigo convento beneditino, na qual estavam guardados, em grande número, códices preciosos: parte importante da sabedoria grega e latina que os monges católicos conservaram através dos séculos.          
Reflexões sobre a organização e os usos da biblioteca e das salas de leitura
*      Livre acesso aos livros de todas as formas, tamanhos e cores ; ambiente acolhedor, onde todos queiram estar; opções de leitura para todos os gostos e idades.
*      Leitor parte mais importante.
*      Os livros das bibliotecas têm, em geral, uma etiqueta com um código classificatório e podem ser agrupados de acordo com diferentes critérios: por assunto, sobrenome do autor, por título (classificação ajuda no momento da consulta - Função do Bibliotecário)
*      Na ausência de especialista podemos pensar em seções organizadas segundo critério prévio (cor fixada na lombada do livro e em canto da estante).
*      Mesas e livros do tamanho adequado ao leitor, com papel e lápis para anotações.
*      Um canto iluminado, com almofadas, onde os pequenos, especialmente, e aqueles que assim o desejarem, possam se acomodar para lerem e ouvirem histórias.
*      Um espaço diferenciado para organizar revistas, gibis e jornais, como cestos de vime, caixas de papelão forradas ou  material que seja acessível em sua comunidade.
*      A organização de um fichário para catalogação das obras que compõem o acervo e registro do movimento de empréstimo. (ou a organização de caderno simples com registros de recebimento e saída de livros.
*      Cuidados com os objetos aprendem-se por meio do convívio social: observando o manuseio diário dos diferentes  suportes  de texto, nos familiarizamos com usos , até que aquela experiência seja internalizada definitivamente.
    “Experiência constrói-se : aprendizagem social e cultural”
Livros grossos ou finos? Com figuras ou sem figuras?
       O que está por traz da visão de livro (fino ou grosso) é uma concepção limitada de criança (como se ela evoluísse por estágios previamente definidos).
       Visão equivocada dos catálogos das editoras.
       Laurence Hallewell- aborda livros editados para crianças nos anos 80.
       Lógica de mercado: quanto mais  se fragmenta a criança mais o mercado cresce.
Criança é um ser de cultura, que, ao se relacionar com o mundo, aprende nos intercâmbios com seus pares e é capaz de modificá-lo; dotado de lógica singular, consegue ir além do desenvolvimento alcançado em um dado momento.
E as escolas que não possuem bibliotecas? (sugestões)
       Professor (em consonância com a direção escolar) encontrar um meio de formar um acervo.
       Procurar livros em bibliotecas públicas, ou mesmo fazer uma visita monitorada em uma delas, onde os alunos pudessem fazer cadastros e pegar livros emprestados.
       Formar um acervo da classe por meio de doações da comunidade, campanhas ou gincanas, ressaltando a importância dos livros para a escola e para a comunidade. (outros  suportes: jornais, revistas, gibis, materiais de propaganda e livros produzidos pelas próprias crianças).
       Os livros  ou os materiais de leitura podem se guardados em caixas de papelão ou malas (organizados por assunto).
       Além de serem utilizados em sala de aula podem ser emprestados.
       110 títulos distribuídos pela MEC em 2000 – Programa Nacional Biblioteca na Escola (textos contemporâneos até clássicos e manual de atividades- Histórias e Histórias).
*      Se a escola tiver material para leitura e não tiver lugar para guardar necessitará de um funcionário para cuidar da conservação e do acesso ao material de leitura.
*      Importância do professor se atualizar sobre as obras infantis.
Os suportes dos textos na formação do leitor
       Lidamos com a leitura o tempo todo: fazemos parte de uma sociedade grafocêntrica.
       Escrita constituída das mais diversas atividades do nosso dia-a-dia (muros outdoors, camisetas, papéis, cartões, livros, livrinhos e livrões – diferentes suportes de textos)
       Pedra, papiros e pergaminhos – suportes de textos utilizados com a mesma função.
       Até meados do século  V dC, os textos eram publicados em forma de rolo.
       Manuseio do rolo diferente do manuseio do livro.
       Formato e publicação interfere na forma de como o leitor lida com o texto, como manuseia, como escolhe o lugar onde vai ler o livro.
       Os formatos dos livros nos transmitem informações importantes a respeito sua destinação.
Os suportes dos textos na formação do leitor
       Lidamos com a leitura o tempo todo: fazemos parte de uma sociedade grafocêntrica.
       Escrita constituída das mais diversas atividades do nosso dia-a-dia (muros outdoors, camisetas, papéis, cartões, livros, livrinhos e livrões – diferentes suportes de textos)
       Pedra, papiros e pergaminhos – suportes de textos utilizados com a mesma função.
       Até meados do século  V dC, os textos eram publicados em forma de rolo.
       Manuseio do rolo diferente do manuseio do livro.
       Formato e publicação interfere na forma de como o leitor lida com o texto, como manuseia, como escolhe o lugar onde vai ler o livro.
       Os formatos dos livros nos transmitem informações importantes a respeito sua destinação.
A ilustração dos livros infanto-juvenis
*      Livros destinados  a infância recebem cuidado especial (ilustração, capa, tipo e tamanho da letra, cores das páginas, e das letras, relevo, tamanho do livro, interação entre texto e ilustração, disposição de textos e imagens na página do livro).
*      Escritor, ilustrador, designer e outros profissionais participam das escolhas destes elementos gráficos.
*      Não lemos apenas o texto, lemos todo o livro.
*      Escritor, ilustrador, designer e outros profissionais participam das escolhas destes elementos gráficos.
*      Não lemos apenas o texto, lemos todo o livro.
*      A ilustração não tem apenas a função de ornar o texto, mas dialoga com ele, nem sempre representando o que o autor escreveu.
*      Ao mesmo tempo em que lemos os textos lemos as ilustrações.
*      As ilustrações podem modificar a compreensão, podem inferir na leitura.
*      Escritores que ilustram seus próprios livros: Ângela Lago, Eva Funari. Luís Camargo, Ricardo Azevedo, Roger Mello e Ziraldo.
*      Livros feitos exclusivamente de imagens: para crianças em fase inicial da aquisição da leitura e da escrita: “Ida e volta”- Juarez Machado.
*      Ilustração faz parte do livro: imagem também desempenha importante papel  no processo de leitura.
*      A leitura das ilustrações é uma das estratégias utilizadas por leitores para antecipar conteúdos de textos e fazer inferências
*      Descrições feitas pelos autores nos estimulam a construir imagens: associação entre palavras e imagem construída por meio da leitura.
*      Narrativa feita de forma tão plástica que podemos visualizar cenas, cenários e personagens.
*      Nós leitores poderemos construir em nossa imaginação as ilustrações que ainda não foram feitas.
*      Nessa mesma noite, o rei, a rainha e os barões fazem grande festa a Perceval (...). Festejam toda a noite, mais o dia seguinte. Depois, no terceiro dia, veem chegar uma donzela sobre uma mula amarela, que guia com a mão direita, duas tranças negras às costas. Homem jamais viu ser metal tão baço como a cor de seu colo e das mãos. Outra cousa porém era bem pior: os dois olhos, dois buracos  não maiores que olhos de ratos. O nariz de gato, os lábios de burro ou boi, os dentes amarelos como gema de ovo. A barba era a de um bode. Peito corcunda, espinha torcida. Ancas e ombros mui bons par ao baile. Outra corcunda nas costas, pernas tortas como vara de vime, também próprias para a dança.
                                                         “As aventuras de Perceval - um cavalheiro da corte do Rei Arthur”
Atividade de leitura: Leitura: uma prática social na escola- Unidade II


*      Para que nossos alunos se tornem leitores e para que a leitura se torne uma prática social em suas vidas: Leitura precisa tornar-se uma prática nesta dimensão também na escola.
*      A escola é o ambiente em que as crianças mais terão contato com materiais e ambiente de leitura.
*      Situação sócio econômica de nosso país: ter uma biblioteca em casa ou uma casa repleta de livros é algo impensável.
*      A escola é a grande biblioteca para a maioria das crianças.
*      Na vida de muitas crianças é o professor que desempenha a função de apresentar-lhes livros, ajudá-las a escolher um dentre os vários títulos, estimular a leitura de alguns livros em particular, ensinar a maneira de ter acesso aos livros, por meio das bibliotecas.
*      Leitura e escrita devem ser planejadas como atividades cotidianas, não só entre alunos mas entre professores e professoras.
*      Ler para os alunos e com os alunos.
*      A leitura às vezes se encerra em si mesma.
*      Podemos ler e fazer atividade de escrita.
*      Podemos ter atividades de leitura que não sejam acompanhadas de atividade: a leitura em si já é uma atividade.
*      Alunos: (fora da escola e estimulados pela escola) podem escrever para os escritores dos livros.
*      Alunos podem aproveitar a leitura para dialogar (por meio da escrita) com os escritores dos livros que mais gostaram ou com outros leitores
*      Contato feito dentro da própria escola: troca de informações entre leitores formando uma rede de leitura: Ex: jornalzinho escolar: seções a respeito das leituras dos alunos.
*      Quando lemos um livro reagimos a ele (dizemos se gostamos ou não, recomendamos o livro a um amigo, escrevemos uma crítica para o jornal, abraçando o livro ou falando mal do escritor.
*      Envolvimento do leitor com o livro lido pode ser estimulado pelo professor (atividades de leitura que sejam planejadas, que permitam manifestação de opiniões de leitores e que permitam ao aluno fazer do livro uma parte de seu dia-a-dia.
*      O leitor precisa perceber vínculos entre o mundo a sua volta e o mundo trazido pelo enredo da história lida.
*      É preciso ler além das palavras do livro, as palavras do mundo.
*      É preciso que o aluno tenha acesso a livros e outros materiais de leitura.
*      Pesquisa do INAF, 2001- Retratos da Leitura no Brasil- biblioteca ocupa na vida do brasileiro apenas 8% das pessoas pesquisadas sempre retiram livros.
*      Problemática de acesso ao livro: uma das principais barreiras que dificultam a promoção da leitura (livros, jornais e revistas).
*      O professor pode colaborar para alterar essas estatísticas e transformar a imagem e a rotina da biblioteca ou da sala de leitura na escola.
*      O gosto pela leitura é despertado pelo próprio entusiasmo do adulto que incentiva a criança a aproximar-se dos  livros.
*      Para formar leitores é preciso que o professor se interesse por livros de tipos variados e compartilhe suas descobertas e aprendizagens.
*      Aprender a ler não é uma atividade natural: entre livros e leitores há importantes mediadores.
*      Professor: figura fundamental na história de cada aluno.
*      Leitura: ferramenta fundamental para a prática do ofício: referência para os alunos.
*      Cabe ao professor desenvolver no aluno o gosto pela leitura a partir de uma aproximação significativa com os livros.
*      Para que haja êxito na formação do leitor precisamos efetivar  uma leitura estimulante, reflexiva, diversificada, crítica, ensinando os alunos a usarem a leitura para viverem melhor.
*      A formação de leitores depende da relação que o professor estabelece com os livros, de um trabalho integrado com toda a equipe escolar, com objetivos claros.
*      Se entendermos a biblioteca como Centro Cultural precisamos fazer uma programação com diversas atividades para o ano letivo: contação de histórias, debates, entrevistas, depoimentos, histórias de leituras narradas pela comunidade,  coral, etc.
*      Precisamos de atividade bem planejadas e variadas, para que  a biblioteca se torne um lugar atraente e significativo para as crianças.
*      Recursos: livros, revistas, discos infantis, Cds, Dvds, fitas cassetes com canções e histórias infantis, gibis, informativos, files, fotografias, jogos, brinquedos.
*      O uso de diferentes recursos  possibilita diferentes experiências e visões de mundo.
*      Cada recurso desenvolve habilidades diferentes no processo de letramento.Um não pode substituir o outro.
*      Primeiros contato com os livros: fundamental para a formação de leitores.
*      Dispor livros de forma que os leitores das séries iniciais possam escolhê-los pelos capas e títulos.
*      Diversos recursos: varal de poemas, mural com reproduções de capas de livros, fantoches, cestos com diversos trajes, objetos variados, tapetes, almofadas,  gravadores.
*      Bibliotecas: portas abertas para acolher os leitores.
*      Escutar os frequentadores.
*      Organização deve se adequar ao desejo dos leitores e ao trabalho dos professores a disponibilizando diversos tipos de textos (informações pesquisa, lazer).
*      Importância do planejamento para atender as crianças.
*      Visitas: possibilitar livre acesso aos livros.
*      Incentivar a conversa entre leitores e a troca de impressões para conhecer o gosto de cada um e orientar escolhas de obras.
*      Oferecer aos alunos opções variadas de leitura, convívio permanente  com livros e com a biblioteca.
*      Fixar cartazes nas paredes com opiniões das crianças sobre os livros que mais gostaram.
*      O significado de um texto é construído pelo leitor, a partir da ativação de seus conhecimentos prévios, para interpretar o que está escrito (o texto só faz sentido quando se articula com as informações que o leitor possui).
*      Precisamos trabalhar com a variedade de textos que articulam na sociedade. Com materiais de qualidade, estabelecendo uma diversidade de objetivos e modalidades de leitura.
*      Criar clima de suspense, perceber as expectativas a partir dos títulos e das capas dos livros, realizar antecipações e inferências a partir do contexto e dos conhecimentos que os alunos possuem.
*      Prática de leitura frequente.
*      Várias situações de leitura.
*      Importância da leitura colaborativa: Leitura compartilhada em capítulos, pela professora, estabelecendo diálogo constante com a turma, discussão de pistas e questões que possam auxiliar a compreensão do texto.
*      Importância da seleção de obras literárias feita pelo professor.
*      Poder ver e tocar os vários volumes de livros faz com que o aluno desenvolva a leitura sensorial.
*      Escolher o livro, contar a história para a classe.
*      Crianças não alfabetizadas: leitura de imagens.
*      Importância do contador de histórias.
*      Hora do conto: ler com a classe conto, poema, crônica, um livro.
*      Importância da dramatização.
*      Importância do planejamento e do tempo destinado a leitura e a escrita (fascículo 3)
Unidade III -  Uso do Dicionário na escola


Durante a rodinha a professora apresentou um coelho (de pano) e as crianças deram a ele o nome de Pernalonga. Fizeram um crachá com o nome dele e combinaram que ele participaria de todas as atividades propostas. Cada criança iria levá-lo para casa  e trazê-lo no dia seguinte, para trabalhar as questões de comprometimento, responsabilidade, parceria com as famílias, linguagem oral e escrita.  Surgiu, então o questionamento sobre quem seria o primeiro. A professora aproveitou a oportunidade para sugerir que fosse por ordem alfabética. Assim, a partir desse dia, as crianças passaram a analisar a primeira ou a segunda letra dos nomes ou o primeiro e o segunda nome.
(Protocolo encontrado na Monografia:
Desejo e Prazer : Autonomia de Aprender –
 Construindo o processo de letramento PIE/UNB/SEEDF
Márcia Regina Alves Gondim, 2002)
Unidade III -  Uso do Dicionário na escola
*      Livros de consulta: fortes aliados (dicionários, enciclopédias, guias de viagem, listas telefônicas, páginas amarelas, livros de culinária.
*      A consulta é sempre uma oportunidade de aprendizagem de novas construções linguísticas.
*      Dicionário: registro de uma grande quantidade de palavras de nossa língua (que usamos, que não usamos mais, de algumas regiões, usuais e palavras raras)- REGISTRO HISTÓRICO  DA  LÍNGUA, ARQUIVO, MEMÓRIA DA LINGUA.
*      Inovações da língua: Dicionários constantemente atualizados.
*      Dicionários diferenciam-se qualitativa e quantitativamente, exigindo-lhe maior poder explicativo para tratar das diferenças constitutivas da obra.
*      Importância da professora usar o dicionário cotidianamente.
*      Procura das palavras no dicionário enriquece  a leitura.
*      Como usuários da língua temos capacidade de inferir o significado de várias palavras a partir do contexto e do conhecimento que temos do assunto do texto.
*      Consultar dicionário requer o conhecimento de certas convenções (ordem alfabética).
*      Usar dicionário: necessidade de mediação de alguém mais experiente
Atividades de Análise
*      Ordem alfabética e definições: (ordem alfabética, verbos no infinitivo, adjetivos não flexionados).
*      Produção de um dicionário para a classe.
*      Ordem alfabética dos nomes (pré-nome e nome completo).
*      Jogo de adivinhações (cada grupo seleciona uma palavra do dicionário e registra no caderno o significado. Registra também um significado inventado pelo grupo. O outro grupo irá descobrir o significado real).
*      Jogo do começo (Professor  solicita que as crianças encontrem uma palavra que comecem por A. Os alunos copiam a palavra e depois  colocam em ordem alfabética)
*      Stop modificado (Adedonha)
*      Revisão e reescrita de textos (em grupos. Construir um código e conferir ortografia em um dicionário)
*      Aperfeiçoamento de texto através do uso do dicionário.
REFERÊNCIAS
*      Pró-Letramento: Programa de Formação continuada de professores os Anos/Séries Inicias do Ensino Fundamental: Alfabetização e Linguagem. Ed. Ver. E ampl. Incluindo SAEB/Prova Brasil matriz de referência/Secretaria de educação Básica – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica.2007.
*      GONDIM, Márcia Regina Alves. Desejo e Prazer - Autonomia de Aprender- Construindo o Processo de Letramento. Monografia (especialização). Curso PIE –Pedagogia para Professores em Exercício no Início de Escolarização. Faculdade de Educação - Universidade de Brasília. Brasília, 2002.
*      GONDIM, Márcia R. Alves. Práticas de Letramento em Classes de Alfabetização de Crianças e Desenvolvimento da Consciência Fonológica. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade de Brasília, 2002.

Trabalhamos com o vídeo : O Nome da Rosa” e refletimos sobre o conhecimento na Idade Média  e o acesso às bibliotecas.
Trabalhamos com a entrevista de Roberto Carlos  Ramos com a pergunta: “Como a leitura chegou em minha vida?”  Refletimos sobre  concepções de uma Pedagogia  Culturalmente sensível.

"Você, moleque, com certeza vai ser bandido!" Essa foi a frase que o mineiro Roberto Carlos Ramos mais ouviu na infância. Negro, pobre, abandonado, analfabeto até os 13 anos e um dos campeões de fuga da Febem de Belo Horizonte, tudo levava a crer que o vaticínio se concretizaria. Sua ficha na instituição o definia com uma única palavra: irrecuperável. No entanto, o acaso encarregou-se de inverter os ponteiros da lógica rasteira. Roberto Carlos, hoje com 34 anos, é um exemplo de sucesso na vida profissional e pessoal. Não, nada a ver com montanhas de dinheiro e carrões de luxo. Pedagogo com mestrado na Universidade Estadual de Campinas, ele é um dos mais requisitados palestrantes do país. Pós-graduado em literatura infantil, Roberto Carlos também é um contador de histórias profissional, daqueles capazes de prender a atenção de uma criança hiperativa por horas a fio. Para completar, está prestes a esculpir no bloco duro e frio da realidade seu maior sonho. Foi convidado pelo estilista Carlos Miéle, dono da grife de roupas M. Officer, para coordenar um projeto de educação de crianças carentes em várias capitais do Brasil.
Caçula de uma prole de dez filhos, Roberto Carlos foi enviado à Febem com 6 anos. Ao longo dos sete que passou lá, fugiu exatas 132 vezes. Aos 9 anos, conhecido como "Beto Pivete", já cometia pequenos furtos. Cheirava cola de sapateiro e fumava maconha diariamente. Foi na sala de readmissão da Febem que o acaso o colheu, sob a figura da pedagoga francesa Marguerit Duvas. De férias no Brasil, ela conheceu Roberto Carlos enquanto visitava a instituição. Intrigada e encantada com o garoto vivaz e indomável, ela transformou seu período de descanso numa longa estada e conseguiu a sua guarda. Marguerit o ensinou a falar francês (língua na qual seria alfabetizado por professores particulares) e, depois de três anos, levou-o para Marselha. Na cidade ensolarada do sul da França, Roberto concluiu o colegial e viveu até os 19 anos.
De volta ao Brasil, fez pedagogia e estagiou na mesma Febem onde permaneceu durante a infância. Foi lá que conheceu Alexandre, menor abandonado que acolheu em seu minúsculo apartamento. Em seguida, vieram Moisés, Kleber, Fábio... Atualmente, ele mora com doze "filhos", cujas idades variam de 10 a 25 anos, num casarão de quatro andares em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. Todos estudam e os mais velhos também trabalham. Roberto, por sua vez, tira o sustento de sua facúndia. Desfia seu repertório de histórias, composto basicamente de lendas do folclore brasileiro, em festas, escolas e programas de rádio e de TV – as narrativas renderam até um CD e um vídeo. Na outra parte do tempo, roda o Brasil proferindo palestras em empresas do porte da Petrobras, Skol e Vale do Rio Doce. Roberto Carlos usa sua trajetória de vida para falar de motivação de pessoal e estratégias de produção.
Em seu lar incomum, a primeira regra é ter planos – a curto, médio e longo prazo. "Não importa se é comprar uma bicicleta ou fazer faculdade", explica ele. Seu plano de curto prazo? Casar com a enfermeira Marly, dando um final feliz a um namoro que já dura seis anos. A fórmula de Roberto Carlos para guiar seus meninos pela boa estrada é de uma simplicidade franciscana: carinho e educação. Esse binômio está na base das escolas que coordenará para a Fundação M. Officer. Nelas, os menores carentes serão levados a desenvolver suas principais aptidões, para que possam integrar-se como cidadãos plenos numa sociedade que tende a rejeitá-los. "Sou a prova de que não existe criança irrecuperável", diz ele. E acrescenta: "No mundo há os que choram e os que vendem lenços. Hoje, estou entre os que vendem lenços".
 
Assistimos ao filme “Clandestina  Felicidade” e com a leitura compartilhada do texto:  “Felicidade Clandestina” de Clarice Linspector:

 
"Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante."

Algumas obras:
Para encerrar apreciamos a literatura infantil “Mania de Explicação”- Adriana Falcão.


MANIA DE EXPLICAÇÃO


Era uma menina que gostava de inventar uma explicação para cada coisa.

Explicação é uma frase que se acha mais importante do que a palavra.
As pessoas até se irritavam, irritação é um alarme de carro que dispara bem no meio de seu peito, com aquela menina explicando o tempo todo o que a população inteira já sabia. Quando ela se dava conta, todo mundo tinha ido embora. Então ela ficava lá, explicando, sozinha.
Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança pra acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente. Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente. Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando faltam cinco minutos sempre para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é fevereiro.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em maio, por exemplo.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino é um desataque de prudência.
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da placa "perigo" o desejo vai e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não. Amor é um exagero... Também não. É um desadoro... Uma batelada? Um enxame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor ela não sabia explicar, a menina.
Adriana Falcão

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