sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Memórias: Fascículo 6 - O olhar da tutora

Iniciamos o encontro com a dinâmica:
“A-LA- BUM-BUM”
A- LA-BUM
TI-CA-BUM
TI-CAUACA-TI-CA-BUM
Objetivo: Refletir sobre a importância da ludicidade, da socialização, da psicomotoricidade e do movimento na realização do trabalho pedagógico.  
O brincar como modo de ser e estar no mundo.
Formação: Em círculo
Desenvolvimento: Repetir as palavras fazendo gestos (cantando, pulando, batendo palmas, sorrindo, devagar, depressa, gritando, alto, baixo, etc.)
Realizamos a leitura do Diário de Bordo.


Refletimos sobre o livro didático a  partir das reflexões:
Atividade de reflexão 1

    

Para iniciar, gostaríamos que você refletisse sobre as seguintes questões:
1) Quando você estudava, os professores e professoras faziam uso de livros
didáticos?
2) Como seus professores e professoras usavam o livro didático?
3) Quando aluno(a), o que você achava dos livros didáticos com que
estudava?
4) Você acha que hoje os livros didáticos são diferentes dos da sua época? Em quê?
Introdução¹
EEste fascículo tem como objetivo refletir sobre algumas questões relacionadas ao uso do livro
didático em sala de aula. Procuraremos discutir, entre outras coisas, sobre os seguintes
aspectos:
• O processo de modificação dos livros didáticos de alfabetização e de Língua Portuguesa a
partir da institucionalização do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático);
• As características desses “novos” livros didáticos;
• O processo de escolha dos livros didáticos;
• O uso que os professores e professoras fazem do livro didático em suas práticas de ensino.
¹ Para a elaboração deste Fascículo, contamos com a colaboração de Marília de Lucena
Coutinho, Ana Catarina dos Santos Pereira Cabral, Djário Dias de Araújo e Priscila Angelina Silva
Leite da Costa.

Assistimos ao vídeo: O Livro didático na sala de aula Fascículo 6:

Sistematização do fascículo : O livro didático na sala de aula :
O livro didático em sala de aula: Algumas reflexões
Antigos e novos livros didáticos de língua Portuguesa e Alfabetização
  • Reflexão
  • Quando você estudava, os professores e professoras faziam uso de livros didáticos?
  • Como seus professores e professoras usavam o livro didático?
  • Quando aluno(a), o que você achava dos livros didáticos com que estudava?
  • Você acha que hoje os livros didáticos são diferentes dos da sua época? Em que?
O LDLP e o LDA ocupam um significativo espaço na cultura escolar brasileira.
  • Livro didático é tido como um suporte básico na organização do trabalho pedagógico.
  • O LDLP e o LDA atuam decisivamente sobre as experiências de letramento dos alunos, pois, às vezes é o único material que alunos dispõem para ler, principalmente em localidades afastadas do centro urbano.
As mudanças nos livros didáticos de Alfabetização e o processo ensino-aprendizagem: algumas reflexões.
  • Professor ou professora, busque resgatar, em suas memórias de alfabetização, alguns aspectos que apontem para o livro que você utilizou nesse período (se era cartilha / carta de ABC, se era livro apenas com a atividades para leitura, como você utilizava, etc.):
  • 1) O livro se baseava em alguns dos métodos de alfabetização (métodos sintéticos ou analíticos)?
  • 2) Que textos você lia no livro?
Você se lembra de algumas atividades presentes no livro? quais? Socialize oralmente as experiências que você vivenciou como aluno(a) no que se refere ao uso de um ou mais livros de alfabetização, buscando perceber se há semelhanças entre aquela experiência e a dos demais colegas.
Livro didático vem ocupando posições antagônicas nas práticas pedagógicas das escolas.
  • Nas Práticas tradicionais o seu papel é mais central, ao definir e regular todos os passos da prática de ensino da leitura e da escrita.
  • Um dos pontos mais importantes diz respeito ao uso de textos forjados, os chamados “pseudotextos”, para alfabetizar.
  • 1) Os livros de alfabetização recomendados pelo PNLD que você conhece são diferentes das antigas cartilhas?
  • 2) Em quais aspectos os livros de alfabetização recomendados pelo PNLD se diferencião (ou não) das antigas cartilhas?
  • 3) Em sua prática de alfabetização, você prefere usar uma cartilha “tradicional” ou os novos livros de alfabetização? Por quê?
  • 4) Em sua avaliação, quais são os pontos positivos e negativos dos livros de alfabetização recomendados pelo PNLD?
O Livro didático de Língua Portuguesa das séries iniciais do Ensino Fundamental e as mudanças no foco do ensino-aprendizagem
  • O Livro possibilita não apenas o que se entende hoje por “saber língua portuguesa”, mas também que se entre em contato com os conteúdos, habilidades e competências considerados como os mais importantes de serem ensinados/aprendidos, no que diz respeito à língua materna
  • Também permite a visualização das mudanças que se tem buscado introduzir no estudo da língua portuguesa na escola, tanto do ponto de vista teórico quanto prático, ao longo dos últimos anos. 
Reflexão
  • 1) Que gêneros textuais são contemplados no livro didático de língua Portuguesa utilizada por você?
  • 2) Em sua avaliação, os gêneros textuais da esfera literária estão adequadamente representados na coleção didática adotada por você?
  • 3) Que tipos de atividades são propostas no encaminhamento do estudo do texto, naquela coleção? Que outras atividades, consideradas relevantes por você, estão ausentes?
A escolha do livro didático: uma decisão importante sobre a sua qualidade
  • Reflexão
  • 1)Como você escolhe os livros de Alfabetização ou e Língua Portuguesa?
  • 2) O livro que você tem escolhido é o que tem chegado à escola?
  • 3) Você usa o livro que recebeu?
  • 4) O que você avalia como pontos positivos e problemáticos no modo como aquela escolha vem ocorrendo?
A escolha do livro didático: uma decisão importante sobre a sua qualidade
  • Reflexão
  • 1)Como você escolhe os livros de Alfabetização ou e Língua Portuguesa?
  • 2) O livro que você tem escolhido é o que tem chegado à escola?
  • 3) Você usa o livro que recebeu?
  • 4) O que você avalia como pontos positivos e problemáticos no modo como aquela escolha vem ocorrendo?
  • Deve-se exigir um livro que tem uma qualidade boa, pois, a aprendizagem da criança depende desse fator.
  • Outro ponto a ser mencionado é de livros que tenham incorporados os pressupostos sociointeracionista e do letramento. 
O uso dos livros didáticos de Alfabetização e de Língua Portuguesa
  • Reflexão
  • 1) Você utiliza um livro didático com sua turma? Por quê?
  • 2) Caso sim, você utiliza o livro na seqüência proposta pelos autores?
  • 3) Você faz adaptações no livro didático em função das necessidades de seu grupo de alunos? Como você faz isso?
  • 4) Você costuma utilizar o livro didático complementamente? Por quê?
  • Muitos professores e professoras têm achado os livros de Alfabetização e de Língua Portuguesa recomendados pelo PNLD difíceis de serem utilizados nas salas de aula das redes públicas de ensino, por motivos variados como o exemplo de difícil compreensão; que o livro não destinaria a alunos da rede pública, etc.
ALBURQUERQUE, FERREIRA, MORAIS e SILVA (2005) em pesquisa realizada com dez professoras:
  • “Para mim o livro é bom, agora só como suporte, não para a pessoa trabalhar todos os dias. Os alunos gostam muito, principalmente das ilustrações. É um bom apoio didático (textos, imagens e etc)... (Maria Elesuses Santos)
Atividade
Pegue um livro didático recomendado pelo PNLD, selecione atividades de leitura e produção de textos  propostas pelo autor e reflita sobre elas, tente responder as seguintes questões:
  • Há diversidade de gêneros nos textos apresentados.
  • Há a presença de variedades lingüísticas?
  • A interpretação dos textos permite a reflexão sobre os conhecimentos dos alunos?
  • O estudo da língua dá ênfase ao seu uso ou a importância maior é destinada ao conhecimento de nomenclatura gramatical?
Dinâmica: Balinhas quentes
1 - Quando você estudava, os professores e professoras faziam uso de livros didáticos? (p. 7)
2 - Como seus professores e professoras usavam o livro didático? (p. 7)
3 -Quando aluno(a), o que você achava dos livros didáticos com que estudava? (p. 7)
4 - Você acha que hoje os livros didáticos são diferentes dos da sua época? Em quê? (p. 7)
5 – Comente: “Livro didático é tido como um suporte básico na organização do trabalho pedagógico.” (p. 7)
6 – Comente:
“O LDLP e o LDA atuam decisivamente sobre as experiências de letramento dos alunos, pois, às vezes é o único material que alunos dispõem para ler, principalmente em localidades afastadas do centro urbano.” (p. 7)

 7 – Como os livros didáticos podem constituir um materila de regulação d emuitos aspectos da prática dos professores? (p. 7)
 8 - Como os professores usam o Livro didático hoje? (p. 7)
9 – Como, quando e por que  surgiram as críticas as críticas ao Livro didático? ( p .8)
10 – Comente: (p. 8)
“Os livros didáticos criariam uma dissociação entre aqueles que executam o
trabalho pedagógico – os docentes – e aqueles que o concebem, planejam e
estabelecem suas finalidades – os autores de livros didáticos e as grandes
editoras –, e a principal conseqüência dessa dissociação consistiria numa
diminuição das exigências de formação e preparo docente” (BATISTA, 2000, p.
538).
 11 – Quais foram as críticas que as cartilhas receberam? (p.8)
12 – As modificações das práticas dos professores  sobre o ensino da Língua na escola sofreram influência de quem? (8)
13- Qual foi o programa proposto pelo MEC para repensar o ensino e o uso do Livro Didático? (p.8)
14 –Como é feita o trabalho de análise dos livros inscritos? (P. 8 e 9)
15 - Desde que anos os professores podem escolher os livros didáticos recomendados pelo MEC?  Por que os livros que têm chegado às escolas não correspondem as expectativas dos professores?(p.9)
16 – Comente sobre o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) (p.9)
17 – Como é considerado a prática pedagógica nas escolas com o livro didático? (p.11)
18 – Quais as principais críticas feitas aos livros didáticos nas últimas décadas? (p.11)
19 – Com o podemos ver os  textos cartilhados? O que eles representam? (p.12)
20 – Qual a perspectiva das atividades das cartilhas tradicionais? Como essa teoria vê o aluno?(p. 13)
21 – Qual a mudança mais visível nos novos livros didáticos? (14)

22 – O que são pseudotextos? (14)
23 – Como podemos observar a presença dos textos nos atuais livros didáticos? (p.14)
24 – Como tem sido o trabalho de produção de textos? ( 15)
25 – Como tem sido o trabalho com o sistema de escrita alfabética nos livros didáticos atuais?
26 – O que é necessário para que  os alunos possam  compreender  os princípios que regem o sistema  alfabético?
27 – Que atividades têm sido propostas para  que os alunos  compreendam os princípios  de funcionamento do sistema de escrita? Fale sobre esses princípios.  (p.16)
28 – fale sobre a pesquisa de Morais e Albuquerque sobre a categorização das atividades tarefas propostas pelos livros didáticos( p. 17)
29 -  Comente:  “O Livro possibilita não apenas o que se entende hoje por “saber língua portuguesa”, mas também que se entre em contato com os conteúdos, habilidades e competências considerados como os mais importantes de serem ensinados/aprendidos, no que diz respeito à língua materna.”
30 – O que os estudos lingüísticos de base enunciativa e sociointeracionista redimensionam (p.19)
31 – Quais são os grandes desafios para que as coleções possam atender aos critérios de qualidade? (p.20)
32 – Como é considerada a configuração do PNLD para  aprendizagem da língua materna? (20)
33 – Por que as atividades de leitura devem constituir o foco por excelência  no encaminhamento do ensino/aprendizagem da língua materna? (p. 21)
34 – Qual o resultado de coleções didáticas recentes editadas nos permite concluir? (p. 21,22)
35 – O que uma boa seleção de textos favorece? (p.22)
36 – O que as obras mais recentes cuidam com mais freqüência? (p. 22)
37 –Onde encontramos as mudanças mais expressivas no âmbito do LDLP? (p.26)

38 – Como podemos observar os gêneros orais hoje? (p.26)
39 – Como podemos analisar a abordagem dos conhecimentos lingüísticos hoje? Quem eles substituem? (p.28)
40 – Com a incorporação ao livro didático das perspectivas discursivas da linguagem e sociointeracionista da aprendizagem me que as obras passaram a centrar sua atenção? (p. 29)
41 – Comente: (p. 29)
“Esperamos ter deixado claro que a abordagem fornecida pelas coleções didáticas aos
conhecimentos lingüísticos deve ser objeto de análise cuidadosa por parte dos professores e
professoras, no processo de escolha da obra. Assim, não é suficiente que o livro oportunize o
estudo dos fenômenos da língua, mas é importante que essa abordagem seja feita em articulação
com a construção dos sentidos do texto (oral e escrito), tanto no que tange a sua compreensão
quanto a sua produção. É importante o professor ou a professora estar alerta, ainda, para
possíveis lacunas e verificar, por exemplo, se a coleção ajuda os alunos a se apropriarem,
sistematicamente, da norma ortográfica, se explora adequadamente o emprego da pontuação e
se assume o espaço de revisão/reelaboração textual também como um momento para o aprendiz
refletir sobre os fenômenos da língua”

42 - Como  a escolha do livro didático  podem contribuir na aprendizagem dos alunos/ (p.30)
43 – Por que a preferência dos professores tem sido bastante conservadoras? (p.31)
44 – Comente : (p.31)
“Um outro aspecto importante sobre o processo de escolha de livros didáticos de Alfabetização e de Língua Portuguesa, que merece ser comentado, refere-se ao movimento de adesão e incorporação dos pressupostos sociointeracionista e do letramento, presentes nos livros Recomendados, às práticas das escolas. Os dados nacionais sobre a escolha de livros didáticos também têm revelado que, se em um primeiro momento algumas escolas tendem a escolher os
livros mais representativos desse novo corpus de conhecimentos sobre ensino da língua escrita, em um segundo momento tendem a substituí-los por livros que obtiveram a menor classificação. Ou seja, verifica-se que os livros didáticos considerados de melhor qualidade
chegam a ser escolhidos por grupos de escolas, mas, após o primeiro ano de uso, parte significativa dos profissionais decide substituí-los por outros organizados com propostas de
alfabetização ou didática da língua mais tradicionais. Dito de outra forma, mesmo em contextos escolares de mudanças pedagógicas, continua predominando o retorno às práticas que fazem
parte da tradição escolar.”
45 – Comente: (p.31)
Podemos concluir com esses dados que a questão da qualidade do livro didático é muito mais complexa do que tem sido considerada. Não é simplesmente uma questão de excluir do mercado os livros de pior qualidade, também não é simplesmente uma questão de classificar os livros de melhor qualidade e fazer chegar essa classificação aos professores e professoras. Há
toda uma história por detrás da autoria, da edição, da comercialização do livro didático; há toda uma história por detrás da escola e dos professores e professoras que temos hoje no Brasil. Precisamos refletir sobre as relações existentes entre produção, distribuição e uso do livro didático no país e o conjunto de relações que governam a sociedade e influenciam ou mesmo
determinam as estruturas e os processos educacionais. Ou seja, nem sempre as decisões sobre o livro didático tomadas no campo das políticas educacionais e no campo editorial representam aquilo que de fato as escolas necessitam, desejam ou utilizam em sala de aula.

46 – Por que muitos professores tem achado os livro didáticos de Alfabetização e de Língua Portuguesa difíceis de serem utilizados na sala de aula? ( p.32)
Encerramos o encontro com a leitura compartilhada: O livro didático  e a escolarização da leitura – Magda Soares



Palavras finais... ou até a próxima conversa.

Há, atualmente, disponível no país, um número significativo de coleções didáticas de Língua
Portuguesa e Livros de Alfabetização, com perspectivas diferenciadas no encaminhamento de
suas propostas pedagógicas. Qual deles selecionar? Não se pode perder de vista que a qualidade
de um livro didático vai depender em grande parte das necessidades dos professores e
professoras e de seus alunos; da capacidade da obra em oferecer subsídios e alternativas
produtivas ao trabalho escolar; da concepção de língua nela explicitada ou a ela subjacente,
entre outros aspectos.

Reconhecer esse pluralismo na oferta não invalida, no entanto, a defesa de determinados
saberes, noções e encaminhamentos como sendo os mais adequados, democráticos e
socialmente justos para o momento sócio-histórico em que estamos inseridos. Portanto, se
admitirmos que a educação é um direito fundamental e que a escola desempenha um papel
essencial na formação para a cidadania, será inevitável concluir que o acesso às práticas de
letramento, aqui entendidas como as práticas sociais que demandam a leitura e a escrita, deve
estar no foco do trabalho em sala de aula. E que, numa etapa inicial é prioritário garantir que a
criança se aproprie eficientemente da escrita alfabética, a fim de poder exercer aquelas práticas
letradas de modo autônomo e prazeroso.
Essas são preocupações às quais os professores e professoras e o conjunto da escola não podem
se esquivar. Daí sua responsabilidade na avaliação dos materiais didáticos que acompanham o
docente e seus alunos no dia-a-dia da sala de aula.

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