Iniciamos o encontro com a leitura do Diário de Bordo, que tem por objetivo: registrar, retomar, refletir, avaliar em perspectiva de ação-reflexão-ação. Em seguida realizamos a dinâmica: “A linguagem dos macacos” que tem por objetivo: verificar a habilidade de comunicação entre sujeitos sem utilização da fala. A situação proposta: dois grupos de primatas deveriam demarcar o território, negociar o alimento e fazer um acordo de paz, sem uso das palavras. Ao final os participantes explicitam suas sensações, associando aos conceitos estudados no fascículo Modos de Falar /Modos de Escrever voltando o olhar para a fala, o desenvolvimento da oralidade e do processo de oralização. Em seguida trabalhamos com os conceitos de oralidade, oralismo e oralização que de acordo com Bortoni-Ricardo significa:
- Oralidade é a manifestação da língua, pela via oral, ou seja, pela produção de sons da fala. As línguas que não são ágrafas se manifestam pela oralidade e pela escrita.
- Oralismo é o método de ensino para surdos.
- Oralização é o ato de produzir a fala, pela via oral.
- (BORTONI- RICARDO, 2011)
Assistimos, ainda aos vídeos Cauã da TV Piá que nos traz um exemplo de oralidade , Cauã com 8 meses e Camila com 8 meses mostrando na prática os conceitos de oralidade e de oralização.
Sistematizamos por meio de power point os conhecimentos com o eixo da oralidade:
Sistematizando:
Desenvolvimento da Oralidade
Organização: Márcia Regina Alves Gondim
• Um ponto que só há pouco tempo passou a integrar as responsabilidades da escola: o desenvolvimento da língua oral dos alunos
• Só recentemente a Linguística e a Pedagogia reconheceram a língua falada, de importância tão fundamental na vida cotidiana dos cidadãos, como legítimo objeto de estudo e atenção.
• Incorporada nos documentos oficiais de orientação curricular
• Coexistem, em nossa sociedade, usos diversificados da Língua Portuguesa.
• É justo e necessário respeitar esses usos e os cidadãos que os adotam, sobretudo quando esses cidadãos são crianças ingressando na escola.
• Os alunos falantes de variedades lingüísticas diferentes da chamada “língua padrão”, por um lado, têm direito de dominar essa variedade, que é a esperada e mais aceita em muitas práticas valorizadas socialmente; por outro lado, têm direito também ao reconhecimento de que seu modo de falar, aprendido com a família e a comunidade, é tão legítimo quanto qualquer outro e, portanto, não pode ser discriminado.
• Incorporada nos documentos oficiais de orientação curricular
• Coexistem, em nossa sociedade, usos diversificados da Língua Portuguesa.
• É justo e necessário respeitar esses usos e os cidadãos que os adotam, sobretudo quando esses cidadãos são crianças ingressando na escola.
• O Quadro 5 e os verbetes que se seguem apontam algumas capacidades relativas à língua falada que é preciso desenvolver nos alunos, para possibilitar a todos a plena integração na sociedade.
• Formar cidadãos aptos a participar plenamente da sociedade em que vivem começa por facultar-lhes a participação na sala de aula desde seus primeiros dias na escola.
• Contribuir para que eles possam adquirir e desenvolver formas de participação consideradas adequadas para os espaços sociais públicos.
• A sala de aula é um espaço público, de uma instituição pública, que tem seu modo peculiar de se organizar.
• Entre as regras de convivência dessa instituição estão as que se referem à participação nas interações orais em sala de aula.
• Outras instituições sociais também têm suas regras de convivência e de participação nas interações orais: na igreja, na cooperativa, no sindicato, na empresa, na fábrica, no escritório, não se fala de qualquer jeito nem na hora que se bem entende, sem esperar a própria vez, sem respeitar a fala do outro.
• É importante desenvolver a capacidade de interagir verbalmente segundo as regras de convivência dos diferentes ambientes e instituições
• Nos três anos iniciais do Ensino Fundamental, os alunos devem aprender a escutar com atenção e compreensão, a dar respostas, opiniões e sugestões pertinentes nas discussões abertas em sala de aula, falando de modo a serem entendidos, respeitando colegas e professores(as), sendo respeitados por eles
• Além do jogo de pergunta e resposta e da discussão, normalmente empreendidos nas atividades de interpretação de textos lidos, outras situações devem ser implementadas para incentivar a participação oral dos alunos: organização da rotina diária, produção coletiva de textos, decisões coletivas sobre assuntos de interesse comum, planejamento coletivo de festas, torneios esportivos, a “rodinha” e outros eventos
• O sombreamento e as letras inseridas nas quadrículas do Quadro 5 relativas a essa capacidade básica do uso público da língua falada indicam a sugestão de que se deve começar a cuidar dela desde o primeiro dia de aula e continuar trabalhando sistematicamente, buscando sua apropriação permanente pelos alunos.
2.Respeitar a diversidade das formas de expressão oral manifestas por colegas, professores e funcionários da escola, bem como por pessoas da comunidade extra-escolar
• Faz parte da formação linguística do cidadão
• Reconhecer a existência das diversas variedades da língua, exigir respeito para com a maneira de falar que aprendeu com sua família e seus conterrâneos, mas também, em contrapartida, saber respeitar as variedades diferentes da sua.
• Esse aprendizado que envolve atitudes e procedimentos éticos também deve ser desenvolvido na sala de aula, pelo professor ou pela professora, por meio de exposições e argumentações, do estímulo ao respeito mútuo, mas, sobretudo, pela própria atitude respeitosa assumida diante dos alunos.
• Dada a importância desse conhecimento atitudinal, sugere-se, no Quadro 5, que ele seja introduzido desde os primeiros dias de aula e seja mantido em foco por todos os anos da Educação Fundamental, de modo a ser efetivamente dominado pelos alunos.
3. Usar a língua falada em diferentes situações escolares, buscando empregar a variedade
linguística adequada
linguística adequada
• Na convivência social, é importante saber qual variedade linguística usar em diferentes situações.
• Não se fala sempre do mesmo jeito, em todas as circunstâncias. (Numa festa familiar, numa conversa descontraída, falar bem é usar o dialeto cotidiano, de uma maneira coloquial.)
• Numa reunião de trabalho com o chefe e os colegas, numa discussão com outros membros da associação comunitária, falar bem é saber expor a própria opinião com clareza e educação, numa linguagem mais cuidada que a de uso caseiro.
• Saber adequar o modo de falar às diferentes interações é uma capacidade linguística de valor e utilidade na vida do cidadão e por isso é que deve ser desenvolvida na escola.
• Além das que foram apontadas no verbete sobre a participação cotidiana na sala de aula, muitas outras situações didáticas podem ser criadas para possibilitar aos alunos a aquisição da sensibilidade e da flexibilidades necessárias a essa capacidade. O importante é propor atividades diversificadas, de modo que, em algumas, como narrar casos e histórias da cultura popular, será adequado o uso da variedade coloquial cotidiana; em outras, como expor oralmente o resultado de trabalhos individuais ou feitos em grupo, será necessário adotar uma linguagem mais cuidada. Um procedimento relativamente usual e que pode ser útil para o desenvolvimento da fluência e adequação da língua falada das crianças é solicitar-lhes que dêem avisos ou recados para professores ou alunos de outras turmas
4. Planejar a fala em situações formais
• Há situações sociais em que, mais do que cuidar deliberadamente da linguagem falada no decorrer da interação, é preciso se preparar para falar adequadamente.
• São situações públicas e formais, em que muitas vezes é necessário ter controle sobre o tempo de fala, fazendo exposições concisas e bem organizadas.
• As capacidades necessárias para se ter sucesso nessas circunstâncias também podem ser desenvolvidas na escola, a partir de propostas lúdicas, interessantes e envolventes. Por exemplo: simulação de jornais falados, entrevistas e debates na TV e no rádio; realização de entrevistas com pessoas da comunidade escolar ou extra-escolar; apresentações em eventos escolares que envolvam outras turmas e até outros turnos (festas, torneios esportivos, desfiles, sorteios, campanhas). Nesses casos, o professor ou a professora deverá orientar os alunos no planejamento da fala, oferecendo e discutindo roteiros e critérios de avaliação e auto-avaliação, sugerindo o uso de recursos auxiliares que podem facilitar a compreensão dos ouvintes, como cartazes, figuras, transparências em retroprojetores. O sucesso, nessas circunstâncias, está muito relacionado à capacidade de levar em conta, adequadamente, no planejamento, os objetivos de quem fala, as expectativas e disposições de quem ouve, o ambiente em que acontecerá a fala.
5. Realizar com pertinência tarefas cujo desenvolvimento dependa de escuta atenta em compreensão
• O desenvolvimento da oralidade inclui não apenas a capacidade de falar mas também a capacidade de ouvir com compreensão.
• Essa capacidade é crucial para a plena participação do cidadão na sociedade: é preciso saber ouvir e entender os jornais da TV e do rádio, as entrevistas e declarações de políticos e governantes, as demandas explicações de companheiros e superiores no trabalho.
• Quando o aluno acompanha a aula e compreende o que professores(as) e colegas falam, já está exercitando essa capacidade. Mas há possibilidades de orientá-la e desenvolvê-la especificamente em sala de aula, por exemplo, lendo em voz alta textos diversos, de cuja compreensão dependerá a realização de tarefas como fazer um resumo, responder um questionário, jogar determinado jogo, superar algum obstáculo numa gincana, montar ou fazer funcionar um aparelho, etc.
• Referências:
• Pró-Letramento: Programa de Formação continuada de professores os Anos/Séries Inicias do Ensino Fundamental: Alfabetização e Linguagem. Ed. Ver. E ampl. Incluindo SAEB/Prova Brasil matriz de referência/Secretaria de educação Básica – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica.2007.
• Encerramos o dia com os vídeos: “Chico no Shopping” e com o vídeo: “Na roça é diferente” Analisamos os estilos de vida do Chico Bento nos dois vídeos. Refletimos sobre o processo de exclusão social, relativismo cultural, as variáveis do Português Brasileiro, monitoração e adequação da fala, competência comunicativa e competência linguística. Foi mais uma linda experiência em que socializamos vivências, partilhamos conhecimentos e aprendemos muito.
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